Tens a graça das flores abertas
Na aurora de um dia gentil,
Teu riso é o canto das águas despertas
Teus olhos, dois astros de abril.
Nos lábios, o néctar das vinhas,
Nos gestos, a dança do vento,
Teu toque é a brisa que aninha
As folhas num doce lamento.
Teus passos são leves, silvestres
Como a sombra que a relva afagou,
E a voz, de tão pura, parece
Ser a fonte que nunca secou.
Teus cabelos esvoaçam suaves,
Exalando um perfume em cena,
Como o doce frescor das tardes
Nos campos de açucena.
Se és sonho, é o sonho que embala
A terra em seu tempo de flor,
Se és vida, és a vida que exala
O aroma mais terno do amor.
quinta-feira, 6 de março de 2025
Para ele (II)
terça-feira, 17 de setembro de 2024
Errei
Saí, rondei, vagueiE errei.Errei em tudo que me propôs...
Miseravelmente.
Errei em serErrei em terE errei em amar.
Amei muito,E, por vezes, Amei diminuto.Muito espereiE, por vezes,Esqueci de também ofertar.
Saí por aí, vagando,E errando.Errei com eleEle errou comigo.
Mas isso agora é história.Não mais importa,Agora nada importa.
Sigo só, errante.E diante de mim está o mundoE eu continuo errandoEm tudo que me proponho.
domingo, 3 de setembro de 2023
Maldita hora em que meus olhos te sorriram
Maldita hora em que meus olhos te sorriram
Como um convite a teu prazer e teu contentamento
Mas o que sou p'ra ti senão breve momento?
Ah, maldita hora em que meus olhos não fugiram!
Tens um enconto como de encantar serpentes
E brinca com tua presa a teu bel prazer
Eu me pergunto: "Oh, Senhor, por que
Sou tolo por ti ouvir sabendo o quanto mentes?"
És perigoso - como aranha de teias armadas
A enboscar pequenas criaturas
Que morrerão em ti buscando ser amadas
Eu quedo-me mudo enquanto tu falas
Com convicção em cada vão palavra
Que são adagas com que me apunhalas.
Como um convite a teu prazer e teu contentamento
Mas o que sou p'ra ti senão breve momento?
Ah, maldita hora em que meus olhos não fugiram!
Tens um enconto como de encantar serpentes
E brinca com tua presa a teu bel prazer
Eu me pergunto: "Oh, Senhor, por que
Sou tolo por ti ouvir sabendo o quanto mentes?"
És perigoso - como aranha de teias armadas
A enboscar pequenas criaturas
Que morrerão em ti buscando ser amadas
Eu quedo-me mudo enquanto tu falas
Com convicção em cada vão palavra
Que são adagas com que me apunhalas.
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