segunda-feira, 15 de abril de 2019

A morte do poeta


I

Era um corpo jovem e tão cansado
Sem esperança, sem paz, sem amor
Rosto febril de tristeza emoldurado
E uma frágil alma gritando de pavor.
Cada soneto se avolumando de cansaço
Em asas de papel - e não de penas
O corpo na Morte encontra frio abraço
E a alma se desfaz em mil poemas.

II

Socorrei, oh poetas vosso irmão
Que construiu na poesia um tesouro
Mas não possui um vintém para um pão!
Ouve, oh Senhor suas súplicas, seu choro
Tende piedade dessa alma tão ferida
Que ergue-se aos céus buscando liberdade;
Depois de esbanjar orgulho de toda uma vida
Quer se desprender das garras da vaidade.

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