Ela, que a pureza divina a face exala
Que o corpo a beleza humana insinua,
É o anjo dos meus dias de agonia
Forma inerte de mulher com pele nua.
Eu, que da pureza de espírito fui despido
E esbanjo na face olhar tristonho
Desgraçado em vida e em morte
Este olhar não é de anjo – é de demônio!
Amantes de outrora, do amor que me envergonho
Era belo! O esplendor dos corpos antes tão devassos
E agora ela é anjo e eu demônio.
Nosso destino se dissolve, se alterna
Somos agora amantes proibidos,
Pois é Deus que a vigia e Satã que me governa.
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4 comentários:
Inomináveis Saudações, Fernandez.
Dualidade que se torna Unidade, o Divino e o Satânico dentro de nós moldam tudo que somos como poetas. Quem não compreende a si mesmo assim, está fora de conexão com a própria realidade e já Baudelaire conscientemente sabia que os dois lados da moeda são apenas Um lado.
São versos espontaneamente dotados de grande profundidade, simples, diretos e senhores de uma verdade que nós, poetas, sabemos bem como é.
Saudações Inomináveis, Fernandez.
Contexto bom. Um soneto um tanto obscuro.
O verso final me parece um eco de um grande poeta. ótima chave de ouro!
nobre amigo, a quanto tempo, pensei que o terza havia se perdido, mas como a fenix reaparece, e mostra mais um belo poema, que dualidade, de comparação, que inspiração, agradeço pelo elogio ao meu ultimo post e volte sempre que puder... continuarei te seguindo... abraços
hum, acho que me deste inspiração jovem..:!
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