quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Anjo e demônio



Ela, que a pureza divina a face exala
Que o corpo a beleza humana insinua,
É o anjo dos meus dias de agonia
Forma inerte de mulher com pele nua.

Eu, que da pureza de espírito fui despido
E esbanjo na face olhar tristonho
Desgraçado em vida e em morte
Este olhar não é de anjo – é de demônio!

Amantes de outrora, do amor que me envergonho
Era belo! O esplendor dos corpos antes tão devassos
E agora ela é anjo e eu demônio.

Nosso destino se dissolve, se alterna
Somos agora amantes proibidos,
Pois é Deus que a vigia e Satã que me governa.

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4 comentários:

Unknown disse...

Inomináveis Saudações, Fernandez.

Dualidade que se torna Unidade, o Divino e o Satânico dentro de nós moldam tudo que somos como poetas. Quem não compreende a si mesmo assim, está fora de conexão com a própria realidade e já Baudelaire conscientemente sabia que os dois lados da moeda são apenas Um lado.

São versos espontaneamente dotados de grande profundidade, simples, diretos e senhores de uma verdade que nós, poetas, sabemos bem como é.

Saudações Inomináveis, Fernandez.

Davi Machado disse...

Contexto bom. Um soneto um tanto obscuro.
O verso final me parece um eco de um grande poeta. ótima chave de ouro!

blog do poeta Monagatti disse...

nobre amigo, a quanto tempo, pensei que o terza havia se perdido, mas como a fenix reaparece, e mostra mais um belo poema, que dualidade, de comparação, que inspiração, agradeço pelo elogio ao meu ultimo post e volte sempre que puder... continuarei te seguindo... abraços

Otário Tevez disse...

hum, acho que me deste inspiração jovem..:!

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