sábado, 19 de novembro de 2011

Homem ao mar

Lançar-me-ei, ó ingrata
Em alto mar!
Para afogar as mágoas e o corpo,
Que tu não quiseste amar.

Afogarei também minhas tristezas
Num copo imundo de um bar
E no trago de um cigarro
Antes que me trague o mar.

Descansarei junto às ondas tenebrosas
Envolto na lúgubre brisa.
Sei que de mim não sentiras falta,
Pois sou aquele que ninguém precisa !

Oh ! quão sublime a maré que me arrasta,
Quão sublime o coração a palpitar !
Quando entreguei-me à tristeza,
Quando lancei-me ao negro mar.

Então deixa que o mar conduza o meu corpo,
Deixa que as ondas possam me acalentar.
Se não alcancei as estrelas do céu
Alcançarei as estrelas do mar.

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