sexta-feira, 10 de abril de 2020

Nosso fim*


Já não me pertence mais teu coração
Esta joia rara de incomum beleza
Nossos abraços se afrouxaram em lentidão 
Desfazendo em mil pedaços minha grandeza.

Mas o meu coração sereno e humano
A ti pertence - este fado de humilde ternura
E embora minh’alma se dissolva em desengano
Tens-me eterno cativo de tua formosura.

Então vais tu buscar em outros braços novo abrigo 
Alentar-se com novo amor tão necessário 
Sendo o teu coração o meu jazigo.

Mas este é decerto o nosso fim-
O tempo da paixão findou-se em nada
E as asas a Solidão pousou em mim.

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