Escuta o vão silêncio que nos cerca,
há tanto tempo o coração não fala...
Teu riso é sombra, e no olhar se embala
uma tristeza oculta, fria e seca.
As tuas mãos nas minhas mãos desertas
ficam suspensas, trêmulas, tardias...
E as almas nossas, súplices, vazias,
trocam segredos, dores tão incertas.
Que amarga hora, instante derradeiro,
em que se parte o sonho verdadeiro
e o medo em nós floresce lentamente...
Ó despedida, fúnebre agonia!
Vejo-te ao longe, e sinto, noite fria,
que estás comigo e já te sei ausente.
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