domingo, 19 de fevereiro de 2012

Sangue


Corre pelas veias o ignavo sangue,
 A negra herança a mim deixada.
 Faz sombrio o que antes era sereno e puro,
 Maldito sangue hei de tirá-lo à navalhada.

  Alimentei o sedento vampiro
 Em noites belas com o sangue meu
 Antes doce, forte, quente... 
Agora frio como alguém que já morreu.

  Deus meu! entrego-Te a glória de meus dias
 Derramando o sangue que não é vermelho.
 Esse sangue que me molha o pulso,
 Traz a dor e suja meu espelho.

  Olha! É negro como as vestes da viúva
 E n'alma queima cada vez mais
 Qual fogo no abismo da existência
 É negro o sangue que herdei de Satanás. 

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