sábado, 1 de novembro de 2025


Talvez viver sem ânsias, sem temores
Sem prender-se a lembranças ou desejos, 
Livre de prantos, livre dos lampejos 
De falsas alegrias e falsos amores:

Seguir assim, alheio aos dissabores
Sem buscar recompensas nem ensejos 
Deixando pelo chão rastros e beijos, 
Mistura vã de espinhos e de flores;

Passar pela existência como o vento, 
Sem rumo, sem tardar, sem pensamento
Vendo o mundo girar, sereno e mudo;

Chegar, enfim, ao termo da jornada, 
Sentir a alma, cansada e sossegada
Pairar no azul, esquecido de tudo.

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