Não
posso falar dessa dor
Pois
só sei de dores menores
Quem
pode saber mais da fecundação das flores
Que
as abelhas e os passarinhos?
Só
posso saber do sofrer
Que
é viver cada dia
Pensando
ser o último
Esperando
comida, trabalho
E
a própria esperança
E
ver fugirem as forças,
O
organismo queimar as últimas energias.
O
filho chorar, a mulher morrer à míngua...
Não
posso falar dessa dor!
Ela
não é minha.
Seria
hipocrisia.
Mas
posso pressenti-la
No
rosto de cada suburbano ou camponês
E
perguntar a ele:
Onde
está teu grito?
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Um comentário:
Nunca sei medir a intensidade de dores, todas elas arrancam pedaços, traços importantes...Lindo poema, poeta!
Ps: Te convido a visitar-me em anjoclandestino.blogspot.com
Abraço
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