sábado, 31 de dezembro de 2011

Dor alheia



Não posso falar dessa dor
Pois só sei de dores menores
Quem pode saber mais da fecundação das flores
Que as abelhas e os passarinhos?
Só posso saber do sofrer
Que é viver cada dia
Pensando ser o último
Esperando comida, trabalho
E a própria esperança
E ver fugirem as forças,
O organismo queimar as últimas energias.
O filho chorar, a mulher morrer à míngua...
Não posso falar dessa dor!
Ela não é minha.
Seria hipocrisia.
Mas posso pressenti-la
No rosto de cada suburbano ou camponês
E perguntar a ele:
Onde está teu grito?

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Um comentário:

Anônimo disse...

Nunca sei medir a intensidade de dores, todas elas arrancam pedaços, traços importantes...Lindo poema, poeta!

Ps: Te convido a visitar-me em anjoclandestino.blogspot.com

Abraço

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